Diziam 'tu é que tens sorte, ninguém manda em ti', conta Vera, cigana orgulhosa, 35 anos. Diz ter estado sempre certa do que queria para o futuro: estudar e ser independente. Importa, sim, quantas consegue levar para a frente. Vera começou por ser apenas quem as ajudava a preencher os papéis dos abonos dos filhos, o IRS e até a redigir respostas ou pedidos à autarquia. Confiam-lhe toda a burocracia. Mas rapidamente passaria a ser também o ombro onde elas choram as suas dores. Atualmente, exerce funções como auxiliar no Hospital de Faro.
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Juliana, filha de Delir Fernandes, e seu primo Alexandre, o caçula de Maria Paula, casaram em um fim de semana de sol, ambos com 15 anos. A noiva, branquinha, de olhos castanhos e cabelos compridos usava um vestido longo, branco, com rendas e fitas brilhantes, feito pela tia Lindacir. Na cabeça, uma coroa de crochê e pingentes de medalhas douradas, perfeitamente encaixada, servia tanto como um acidental de beleza, quanto como uma provação de que ainda era virgem. Depois o primeiro ato sexual, a prometida ainda deve mostrar aos familiares a roupa manchada de sangue.