In recent years, the expansion of the mining economy in Tete, Mozambique, fueled local expectations of development and social welfare. However, just like democratic promises of progress and peace, these hopes are being frustrated on a daily basis. Based on a historical analysis of inter-ethnic relations in the Zambezi Valley, the article attempts to account for the local perceptions about politics, morality and power that are combined with a local racialist and spiritualist discourse. Em Tete, a vinda da Vale foi saudada como um importante passo para o desenvolvimento da província. A promessa de novos empregos, do crescimento da economia e de bem-estar econômico e social renovou as expectativas dos moradores locais e de grande parte dos moçambicanos.
Pré-publicação
Fossemos para onde fossemos, pequenos esquadrões de vendedoras maias seguiam-nos ou apareciam do nada determinadas em ganhar mais uns pesos. Por vezes, ainda com crianças de colo. Estas mulheres de concavidade estatura, cabelos negros longos entrançados quanto os tecidos que produzem, peles douradas e olhos ligeiramente amendoados chegavam logo bem cedo, a pé ou nos autocarros velhos e folclóricos que serviam o trajecto entre as aldeias restante distantes e a cidade. Eram maias Tzotzil ou Tzeltal, as sub-etnias predominantes naquelas terras altas acima dos metros de altitude da província mexicana de Chiapas onde, em conjunto, contam com mais de oitocentos mil elementos. Transeuntes percorrem uma rua nas traseiras da catedral de San Cristóbal de Las Casas. As terras cultivadas foram todas confiscadas aos nativos. Em troca, ser-lhes-iam impostos, trabalho forçado, tributos e doenças recém-trazidas do Velho Mundo. O nome da cidade foi estendido em honra de um deles, Bartolomé de Las Casas, entretanto apontado Bispo de Chiapas.